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Grupo Especial RJ 2023 – Segunda: em noite de grandes momentos, Vila Isabel, Viradouro e Imperatriz brigam pelo título

A segunda-feira nos brindou com grandes momentos, fazendo com que sairia da segunda noite aquela que iria tentar superar a Mangueira da noite anterior.

A Paraíso do Tuiuti parece que já começou bem quando juntou a carnavalesca Rosa Magalhães com o João Victor Araújo. O resultado foi uma escola do mais extremo bom gosto. Era nítido o cuidado com que as coisas foram feitas, materias nobres e uma exaltação sincera ao folclore paraense. Quesitos musicais da mais alta qualidade – bateria e samba – em conjunto com a excelência do intérprete Vander Pires arrebatou a Sapucaí.

Destaque para a comissão de frente e para a presença do modelo carioca e Mister Guanabara CNB 2023, o belíssimo Ruan Mendes (foto), representando um indígena na 4ª alegoria, a da riqueza marajoara. Com um corpo escultural e linda performance, Ruan arrancou aplausos, gritos e declarações de amor pela Sapucaí.

Desfile quase perfeito, que a credencia com louvor a permanência na elite.

A comemoração dos 100 anos da Portela na Avenida fez com que muita gente ficasse ansiosa pelo que viria. Um mar de ilustres portelenses circulava pela concentração e armação da escola. Luiz Airão, Solange Couto, Tia Surica, Zeca Pagodinho, Monarco, Rixxa, entre outros, ali, aguardando o desfile, que teve um início impactante. A belíssima águia dourada fez muito portelense chorar.

Criticada por muitos internautas e até portelenses, as fantasias, no conjunto, proporcionaram um bom visual, com a predominância do azul. A escola cantou bastante o samba, mas problemas na pista, com evolução, apresentação do casal e alegorias, poderão custar o campeonato do centenário.

Como diz a letra do samba-enredo  “ O céu de Madureira é mais bonito” a Portela trouxe um show de drones na abertura do seu desfile que coloriram o céu do Centro do Rio de Janeiro, escrevendo Portela 100 anos e a águia mascote da agremiação.

No céu também foram escritos nomes dos grandes baluartes como os de Paulo (da Portela) Natal, Dodo, Monarco, Rufino, Clara, Candeia marcantes na história portelense, todos presentes no samba. A cada nome o público festejava com a homenagem. 

Do azul e branco de Madureira para o azul e branco da terra de Noel: A terceira escola da noite, a Unidos de Vila Isabel, veio pra mostrar que o título de melhor do carnaval 2023 é o que ela quer, a todo custo. Um desfile arrebatador!

O carnavalesco Paulo Barros provou que ele é muito capaz de fazer qualquer tipo de enredo, do mais tradicional ao mais contemporâneo. Pareceu que ele decidiu se reinventar. A qualidade das fantasias e alegorias foi de impressionar. Algo de deixar o público boquiaberto. Soluções inventivas e de extremo bom gosto. A exuberância da ala das baianas, representando a Lavagem do Bonfim, reafirmou a excelência na criação e confecção das fantasias.

A bateria comandada pelo mestre Macaco Branco com uma cadência perfeita e sustentando firme o desfile da escola. Macaco Branco definitivamente se afirma como um dos grandes do carnaval.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Marcinho Siqueira e Cris Caldas, levou as arquibancadas ao delírio com a troca de roupa em segundos.

A comunicação da escola com o público foi impecável. A escola saiu da Avenida aos gritos de “É campeã”. Definitivamente, a dona da festa. Parafraseando seu excelente intérprete Tinga, a Vila “soltou o bicho!”….

Coube à Imperatriz a missão de passar após o rolo compressor chamado Vila Isabel. Mas ela não se intimidou: feliz com o retorno do carnavalesco Leandro Vieira, mergulhando na literatura de cordel, tendo como personagem principal ninguém menos que Virgulino Ferreira, o Lampião. Expert em figurinos e criação de alegorias, Leandro apresentou um belo trabalho de pesquisa e uso de cores e materiais do mais alto bom gosto. A comissão de frente foi ovacionada pelo público, com muito humor e ótima apresentação.
O resgate que a presidente Cátia Drumond vem desenvolvendo na escola parece que já começou a dar resultado. A comunidade desfilou feliz e aguerrida. Imperatriz se auto afirma como uma das grandes e que merece respeito e pode sim, abocanhar o título com louvor.

Imperatriz Leopoldinense

 

A Beija-Flor de Nilópolis apresentou um desfile de forte apelo popular, uma convocação por Direitos iguais, pelos excluídos e silenciados. Fantasias de bom gosto, alegorias bem desenvolvidas, mas com algumas falhas em acabamento. Um incêndio no abre-alas, ainda na curva da Concentração para a Armação, foi controlado pelos Bombeiros rapidamente, mas abalou um pouco os componentes das alas próximas e deixou algumas partes da estrutura à mostra.

Destaque para a exuberância de Selminha Sorriso e Claudinho, tanto na questão de figurino como na presença. Vestidos de Caboclos, encantaram a Sapucaí. Outro momento emocionante foi a presença de Eloína, a primeira transexual rainha de bateria do carnaval, na Beija-Flor em 1978. Depois de anos, Eloína retornou à Passarela do Samba, fechando o desfile da escola, na última alegoria. (foto)

Como sempre, o componente nilopolitano mostrando que é apaixonado pela escola, cantando e evoluindo com bastante competência. Bateria do mais alto gabarito. Pediram para Nilópolis cantar, e Nilópolis cantou!

Quando tudo parecia estar mais ou menos alinhado de quem teria sido a melhor, eis que surge a Viradouro…

A opulência do seu conjunto visual foi algo de impressionar. O luxo e o bom gosto na confecção de fantasias e alegorias credencia o carnavalesco Tarcísio Zanon ao primeiro time de profissionais do carnaval. Uma overdose de bom gosto. A bateria comandada por mestre Ciça sustentou com força a Harmonia dos apaixonados componentes. A comissão de frente fez uma apresentação emocionante. A rainha Erika Januza (foto) distribuindo sorrisos, beijos e samba no pé.

O desfile tecnicamente perfeito da Viradouro é, efetivamente, a “pedra no sapato” dourado das concorrentes.

 

Matéria: Edson Siqueira

Fotos: Gisele Mendes

Em parceria com ziriguidum.net.br