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SÉRIE A 2020 – PRIMEIRA NOITE DE DESFILES

Acadêmicos de Vigário Geral surpreende. Império Serrano decepciona.

Assim como em 2019, a primeira noite de desfiles da Série A do Rio começou debaixo de chuva. Dessa vez, o atraso para o início da festa foi menor: 5 minutos.
A chuva, aliada às dificuldades financeiras que as escolas sofreram na preparação de seus carnavais, atrapalhou um pouco, mas não apagou o brilho das comunidades que, mesmo assim, se fizeram presentes.

Depois de 21 anos, a Vigário Geral voltou a desfilar na Sapucaí. Com o enredo “O conto do vigário”, que foi bem desenvolvido, apresentou fantasias de muita qualidade, de fácil leitura e entendimento. O samba, de letra fácil, funcionou para o desfile. Para uma escola recém chegada da Intendente Magalhães, Vigário surpreendeu positivamente e fez um desfile bem acima do esperado e tem tudo para se manter na Série A, quebrando o tabu do “quem sobe, desce”.

Com o enredo “A guerreira negra que dominou dois mundos”, a Acadêmicos da Rocinha foi a segunda escola a se apresentar. Para contar a história de Maria Conga a escola apostou em uma estética simples e de fácil entendimento. Fantasias e alegorias com muitos materiais alternativos e de efeito. Problemas em Evolução podem prejudicar o resultado.

A Unidos da Ponte, em comparação ao desfile aguerrido de 2019, se apresentou bem abaixo das expectativas. O enredo “Elos da eternidade”, um tanto quanto confuso, aliado à falta de acabamento em fantasias e alegorias, apesar do bom uso das cores, podem comprometer a avaliação dos jurados. O samba, funcional, foi mantido durante todo o desfile. Parafraseando o próprio verso do samba da escola, a Ponte “agoniza”, mas tudo indica que se mantém no grupo.

A quarta escola da noite veio lá de São Gonçalo: a Unidos do Porto da Pedra, que levou para a Sapucaí o enredo “O que a Baiana Tem? Do Bonfim à Sapucaí” desenvolvida por Annik Salmon.
Sob chuva, a escola lavou, literalmente, a alma na avenida, cantando forte e com um desfile para cima, empolgando o público. Fantasias e alegorias de fácil leitura. O samba funcionou muito bem. O enredo foi bem desenvolvido e cumpriu o prometido, no entanto, erros na Harmonia podem custar preciosos décimos na contagem final.

A vice-campeã de 2019, Acadêmicos do Cubango, foi a quinta a desfilar. Outra agremiação contemplada com a ajuda financeira da Prefeitura de Niterói (Viradouro também recebeu), muito acima das coirmãs cariocas, e estava determinada a abocanhar o título. Comissão de frente de grande impacto, perfeita comunicação com o público. Fantasias, talvez as mais luxuosas da noite, com extremo bom gosto. Samba muito bem defendido pelo intérprete Thiago Brito. No entanto, alguns erros em alegorias, harmonia e evolução, podem fazer o tão sonhado título escorrer pelas mãos…

A sexta escola a se apresentar, a Renascer de Jacarepaguá, com o enredo “Eu que te benzo, Deus que te cura”, trouxe para a avenida o universo mágico das benzedeiras. Desenvolvido pelo carnavalesco Ney Junior, estreante na Sapucaí.
As alegorias apresentaram alto e baixos, em termos de acabamento. Algumas belíssimas, outras nem tanto. O mesmo ocorreu com as fantasias. Samba enredo forte, facilitou o canto dos componentes.

Fechando a noite, o Império Serrano entrou na Avenida já com problemas. Demorou para iniciar seu desfile, uma alegoria se chocou com outra, baianas sem as tradicionais saias, além da falta de chapéus em alguns componentes da bateria e alas. Um dos pontos altos do desfile ficou por conta do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Matheus Machado e Verônica Lima, num entrosamento perfeito. Matheus, que estreia como primeiro na sua escola do coração, mostrou a que veio. O casal arrancou aplausos.
Apesar de todos os problemas em alegorias, fantasias e evolução, o Império Serrano mostrou que o canto do seu componente é um dos seus maiores trunfos. A escola cantou com muita garra e emoção. Mesmo assim, será difícil que a escola consiga superar os erros e conseguir uma boa colocação.

Amanhã tem mais! A segunda noite de desfiles da Série A na Marquês de Sapucaí, com mais sete escolas pela Avenida: Sossego, Inocentes de Belford Roxo, Unidos de Bangu, Santa Cruz, Imperatriz, Unidos de Padre Miguel e Império da Tijuca.