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SÉRIE A 2020 – SEGUNDA NOITE DE DESFILES

SÓ DEU LALÁ!

A chuva deu uma trégua, pelo menos na abertura da segunda noite.
A primeira escola a se apresentar foi a Acadêmicos do Sossego. Comemorando 50 anos, a agremiação do Largo da Batalha apresentou um belo conjunto de fantasias. As alegorias, por outro lado, não receberam o mesmo tratamento. Problemas de acabamento também nas imensas esculturas. Enredo bem desenvolvido pela dupla Guilherme Diniz e Rodrigo Marques. Um dos pontos altos do desfile foi a bateria comandada por Mestre Laion. Excelente performance, que contou inclusive com referências ao ritmo do Maracatu. Samba bravamente defendido pelo ilustre intérprete Nego, um dos reforços da escola para este carnaval.

A segunda escola da noite, Inocentes de Belford Roxo, entrou super empolgada. Com a homenageada, a jogadora Marta, passeando pela concentração da escola, fez com que os componentes ficassem eufóricos. Marta acompanhou o desfile já de cima da alegoria que viria, a última, que ficou estacionada ao lado contrário por onde a escola entrou.
O samba, na voz dos excelentes Pixulé e Tem Tem, foi cantado aplenos pulmões pelos componentes, ajudando muito a harmonia. O enredo, desenvolvido por Jorge Caribé, foi de fácil leitura, leve e descontraído. Fantasias bem acabadas, alegorias idem. A bateria de Mestre Washington deu um show.

Com um dos melhores sambas da Série A 2020, a Unidos de Bangu foi a terceira a entrar na Sapucaí, no entanto teve altos e baixos em termos de alegorias. A falta de acabamento nas esculturas alegóricas prejudicaram o conjunto. Fantasias regulares, com plástica de fácil leitura e bom acabamento.
Destaque para o intérprete Igor Vianna, “cria” da Zona Oeste e filho do saudoso Ney Vianna. Voz poderosa, que manteve o tom até o final do desfile.

Sob chuva fina, a acadêmicos de Santa Cruz chegou na Armação.
Com o enredo “Santa Cruz de Barbalha, Um Conto Popular no Cariri Cearense” a escola apresentou um desfile de fácil leitura. O carnavalesco Cahê Rodrigues foi o responsável. Destaque também para o trabalho do Diretor Artístico Marcio Puluker, convidado por Cahê para o desenvolvimento do trabalho.
Considerado o melhor samba da Série A, funcionou muito bem na Avenida.
Contrariando a “moda” de vir logo após a comissão de frente, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira veio à frente da bateria. Muskito e Roberta Freitas tiraram bom proveito desta posição privilegiada e realizaram uma exclente performance.
As alegorias e fantasias da Santa Cruz, de extremo bom gosto, bem acabadas, ótimo jogo de cores e de fácil compreensão. Componentes animados ajudaram a harmonia, embalados pela consistente bateria comandada por Mestre Riquinho.

Aos gritos de “É campeã”, a Imperatriz chegou na Avenida. A chuva tentou participar do desfile, mas pelo visto ficou tímida diante da suntuosidade da “certinha de Ramos”.
Apresentou uma releitura do seu enredo de 1981 “Só dá Lalá”, desta vez assinado pelo badalado carnavalesco Leandro Vieira, campeão pela Mangueira em 2019.
Como era de se esperar, a Imperatriz mostrou que o seu carnaval é para o grupo Especial. Um desfile impecável, fantasias de extremo bom gosto, acabamento e realização. Materiais nobres, um jogo de cores perfeito. Sentia-se no ar o cheiro de materiais novos, plumas novas, tudo novo. As alegorias com extremo detalhismo, Destaques suntuosos. A nítida alegria e entrosamento do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Thiaguinho Mendonça e Rafaela Theodoro, nos dava a ideia do astral da escola.
A bateria de Mestre Lolo fez uma apresentação espetacular, com seus tamborins maravilhosos.
A escola cumpriu seu papel com categoria e está definitivamente pronta para voltar à elite do carnaval em 2021.

Com o enredo “GINGA”, a Unidos de Padre Miguel entrou mais uma vez em busca do título que persegue há alguns anos. Não se intimidou por desfilar depois da Imperatriz Leopoldinense, e passou com garra. Alegorias imponentes e de fino acabamento, pode-se dizer que foram umas das melhores da noite.
O cuidado e detalhismo não se limitaram às alegorias. O trabalho de pesquisa e criatividade estavam claros nas fantasias, idealizadas pelo carnavalesco Fábio Ricardo. De encher os olhos, um conjunto impecável.
Harmonia primorosa, componentes cantando firme. Em termos de Evolução, a escola pode ter alguns problemas no julgamento, devido ao carro alegórico que demorou pra entrar na pista. Tiveram que deixar as partes de encaixe para trás, fazendo com que o abre-alas desfilasse incompleto, tendo que acelerar no final.

Levando a Educação para o Sambódromo com o enredo “Quimeras de um aprendiz”, o Império da Tijuca foi a última a desfilar. Aliada à posição ingrata de vir após as duas mais esperadas da noite, Imperatriz e Unidos de Padre Miguel, a escola fez um desfile um tanto quanto arrastado.
Desfile bom de chão, mas de plástica nem tanto. Fantasias lineares, mas que cumpriram seu papel, de forma homogênea.
Os pontos altos do desfile ficaram por conta do casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Lais Lúcia e Renan Oliveira, e da Bateria, que apesar disso, foi afetada pela correria no final.