fbpx

União da Ilha, Unidos de Padre Miguel e Império Serrano brigam pelo título

O segundo dia de desfiles da Série Ouro trouxe escolas de peso que foram à Marquês de Sapucaí atrás da sonhada vaga no Grupo Especial. As mais esperadas – as velhas frequentadoras da elite União da Ilha do Governador e Império Serrano e a “mais uma vez predestinada a um título ” Unidos de Padre Miguel – foram de fato as que mais agradaram, neste sabado, em diferentes estilos (e quesitos), e saem com esperanças de título.

A Sereno de Campo Grande,  abriu a noite, homenageando Santa Bárbara/Iansã, e a Unidos de Bangu, com o tema São Jorge, velho frequentador da Sapucaí. Nenhuma das duas teve grandes problemas técnicos, mas tampouco apresentaram uma plástica marcante e muito menos sambas de bom nível.

A Em Cima da Hora que falou dos trabalhadores em “A nossa luta continua”, de claro viés político: “Dignidade não é esmola!”, diz o samba, acompanhado pela boa bateria de mestre Léo Capoeira. O presidente Lula vinha representado no último carro, que ganhou aplausos, mas seu capacete acabou quebrado, com um nível financeiro abaixo daquele das favoritas podem se orgulhar do seu desfile.

O Arranco fez, talvez, o desfile mais emocionante da noite ao lembrar a psiquiatra Nise da Silveira em “Nise – Reimaginação da loucura”. Sem deixar de carnavalizar, a escola do Engenho de Dentro pediu cuidados com a saúde mental e mostrou como a arte pode ser importante. Belo trabalho do jovem carnavalesco Nicolas Gonçalves, mesmo com poucos recursos.

Mais abastada do que as duas, a São Clemente saiu de seu estilo habitual – político, crítico, bem-humorado – por uma homenagem à lenda Zé Katimba, compositor paraibano de sambas clássicos e de hinos da coirmã Imperatriz Leopoldinense. Com bom gosto, a escola de Botafogo retratou o Nordeste natal de Zé e falou da escola de Ramos.

O trio de elite ocupou um patamar diferente: a Unidos de Padre Miguel trouxe alegorias dignas de Grupo Especial em sua homenagem a outro padre, o Cícero (sim, a religião e o Nordeste estiveram em alta),  é mais uma vez se credencia ao tão esperado título. 

União da Ilha e Império contaram com a simpatia do público e foram bem nos quesitos visuais, ambas retratando a negritude: a Ilha se inspirou em um livro do rapper Emicida, “Amora”  – e mostrou peso e empolgação.  O Império apostou na força ancestral e reuniu os orixás para uma gira,  fechou o desfile empolgando o público ao som da bateria de Mestre Vitinho.